terça-feira, 30 de junho de 2015

Existem dois deuses...



O deus que nossos professores nos ensinaram, e o Deus que nos ensina.
O deus sobre o qual as pessoas costumam conversar, e o Deus que conversa conosco.
O deus que aprendemos a temer, e o Deus que nos fala de misericórdia.
O deus que está nas alturas, e o Deus que participa de nossa vida diária.
O deus que nos cobra, e o Deus que perdoa nossas dívidas.
O deus que nos ameaça com os castigos do inferno, e o Deus que nos mostra o melhor caminho.
Existem dois deuses.
Um deus que nos afasta por nossas culpas, e um Deus que nos chama com Seu amor.

1° de Julho


Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher
Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem quiser
Sou Deus, tua Deusa, meu amor!

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Carta aberta




Querido pastor,

Aqui quem fala é Jesus. Não costumo falar assim, diretamente -mas é que você não tem entendido minhas indiretas. Imagino que já tenha ouvido falar em mim -já que se intitula cristão. Durante um tempo achei que falasse de outro Jesus -talvez do DJ que namorava a Madonna- ou de outro Cristo -aquele que embrulha prédios pra presente- já que nunca recebi um centavo do dinheiro que você coleta em meu nome (nem quero receber, muito obrigado).

Às vezes parece que você não me conhece.
Caso queira me conhecer mais, saiu uma biografia bem bacana a meu respeito. Chama-se Bíblia. Já está à venda nas melhores casas do ramo. Sei que você não gosta muito de ler, então pode pular todo o Velho Testamento. Só apareço na segunda temporada.

Se você ler direitinho vai perceber, pastor-deputado, que eu sou de esquerda. Tem uma hora do livro em que isso fica bastante claro (atenção: SPOILER), quando um jovem rico quer ser meu amigo. Digo que, para se juntar a mim, ele tem que doar tudo para os pobres. “É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”.

Analisando a sua conta bancária, percebo que o senhor talvez não esteja familiarizado com um camelo ou com o buraco de uma agulha. Vou esclarecer a metáfora. Um camelo é 3.000 vezes maior do que o buraco de uma agulha. Sou mais socialista que Marx, Engels e Bakunin -esse bando de esquerda-caviar. Sou da esquerda-roots, esquerda-pé-no-chão, esquerda-mujica. Distribuo pão e multiplico peixe -só depois é que ensino a pescar.
Se não quiser ler o livro, não tem problema. Basta olhar as imagens. Passei a vida descalço, pastor. Nunca fiz a barba. Eu abraçava leproso. E na época não existia álcool gel.

Fui crucificado com ladrões e disse, com todas as letras (Mateus, Lucas, todos estão de prova), que elestambém iriam para o paraíso. Você acha mesmo que eu seria a favor da redução da maioridade penal?

Soube que vocês estão me esperando voltar à terra. Más notícias, pastor. Já voltei algumas vezes. Vocês é que não perceberam. Na Idade Média, voltei prostituta e cristãos me queimaram. Depois voltei negro e fui escravizado -os mesmos cristãos afirmavam que eu não tinha alma. Recentemente voltei transexual e morri espancado. Peço, por favor, que preste mais atenção à sua volta. Uma dica: olha para baixo. Agora mesmo, devo estar apanhando -de gente que segue o senhor.

sábado, 13 de junho de 2015

Ayami Kojima, a alma de Castlevania




Tendo como aliados uma franquia e uma empresa de reconhecimento mundial, Ayami Kojima fez seu legado. Ou melhor, faz.

Fora descoberta trabalhando, oficialmente, como secretária e, sob pseudônimos, como desenhista de quadrinhos japoneses (a.k.a. mangaka). Além de auto-didata, Kojima é extremamente reservada, reclusa e autônoma, toda a sua trajetória social e artística até seu envolvimento com a Konami é desconhecida, tanto quanto sua data de nascimento.

Ayami Kojima

Kojima é uma artista tradicional com técnicas tradicionais. Além de pinturas, ela também trabalha com colagens. Suas composições, extremamente detalhadas e texturizadas, fazem uso de tintas acrílicas, pastéis e nanquim. Suas obras variam entre o macabro, o sombrio e o grotesco, sempre com algum aspecto cultural forte como plano de fundo (religião, por exemplo). Faz um uso carregado de símbolos  que, muitas vezes, entra em um viés mais reflexivo e poético, como, por exemplo, o alto número de crânios, sangue, flores, animais e personagens andrógenos presente em suas obras.

Em 1996, Koji Igarashi convidou Ayami Kojima para trabalhar como artista conceitual do jogo Castlevania: Symphony of the Night. Lançado em 1997, foi aclamado pela crítica oriental, principalmente por sua integridade artística envolvendo belíssimos personagens e cenários. O jogo é considerado até hoje como um dos principais jogos da quinta geração. O nome “Ayami Kojima” disparou em todos os sentidos e em todas as direções. Com pouco menos de um ano, não só no Japão, Kojima era discutida e analisada em toda a Europa e EUA. Com sua projeção monumental, a Konami assinou um vínculo com ela que até em 2010 achávamos ser eterno.



Os jogos de Castlevania, de 1986 até 1997, (apesar dos gráficos 2D em uma época que a qualidade de imagem era contada em bits) possuíam um visual extremamente medieval e de caráter renascentista. Com o seu envolvimento com Ayami Kojima, a franquia renasceu com o seu novo jogo, possuindo um gráfico, mesmo sendo 2D, extremamente detalhado e bem produzido, seguindo um contexto artístico que está presente e forte até hoje, em Castlevania: Lords of Shadow e Castlevania: Lords of Shadow 2.

Com a arte românica e gótica, marcada pelo século XII, a arte neogótica, marcada pelo século XVII ao século XVIII, mescladas ao traçado delicado de Kojima com características melancólicas, fúnebres e macabras, foi possível traduzir a enigmática narrativa para o visual de uma forma única, ligando não só o contexto geral de sua ambientação, mas também toda a lúgubre estória dos personagens.

Não só nas artes conceituais, seus ideais artísticos também influenciaram toda a ambientação presente no jogo, seguindo a mesma diretriz contextual proposta pela artista, tanto em cor, quanto em iluminação e cenografia.





Em 2010, Kojima lançou o livro “Santa Lilio Sangre – Akai Yuri – Ayami Kojima Art Works” que possui inúmeros de seus trabalhos como artista conceitual e está a venda na Amazon.


Jogos que possuem envolvimento com Ayami Kojima:

Castlevania: Symphony of the Night (Konami, 1997)

Söldnerschild (Koei, 1998)

Castlevania Chronicles (Konami, 2001)

Castlevania: Harmony of Dissonance (Konami, 2002)

Castlevania: Aria of Sorrow (Konami, 2003)

Castlevania: Lament of Innocence (Konami, 2003)

Castlevania: Curse of Darkness (Konami, 2005)

Castlevania: The Dracula X Chronicles (Konami, 2007)

Samurai Warriors 3 (Koei, 2009)

Castlevania: Harmony of Despair (Konami, 2010)

Dynasty Warriors 7 (Koei, 2011)

Bloodstained: Ritual of the Night (N/A)



Via - Diretores de Arte

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Deixei meus trapinhos em cima da cama...



fiz tudo ligeiro
Peguei maquiagem, valise e coragem enquanto não vinhas
Eu peguei o dinheiro da minha passagem, que era só de ida
Não olho pra trás, parti e não vou mais é voltar pra essa vida

Deixei na tua casa uma rosa vermelha e um bilhete dizendo:
"Cuide bem dessa rosa, trate ela melhor do que tratou a mim"
Nem beijei o papel, dobrei, saí no calor do momento
Vou com a roupa do corpo mesmo sem ter pra onde ir

No caminho da rua sambei meia hora em cada esquina
Entrei em boteco, fiz doze amigos do peito e da pinga
Eu bebi, ri, subi em cima da mesa dizendo: "Seu moço,
traz mais uma gelada que a nega aqui hoje teve alforria!"

Quando a noite chegou, subi no bonde correndo
Cantando e batendo com os dedos
Um samba na palma da mão
Eu não olho pra trás, não, não me arrependo
Vou com a roupa do corpo
Não sei bem pra onde mas não paro não

25 anos sem Caju


12 de Junho


terça-feira, 9 de junho de 2015

Pensamentos de botão #1



- O primeiro homem que, havendo cercado um pedaço de terra, disse "isso é meu", e encontrou pessoas tolas o suficiente para acreditarem nas suas palavras, este homem foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, guerras e assassínios, de quantos horrores e misérias não teria poupado ao gênero humano aquele que, arrancando os marcos, ou tapando os buracos, tivesse gritado aos seus semelhantes: Livrem-se de escutar esse impostor; pois estarão perdidos se esquecerem que os frutos são de todos, e a terra de ninguém! (Jean Jacques Rousseau)


- É mais fácil enganar as pessoas do que convencê-las de que estão sendo enganadas. (Mark Twain)


- Confie naqueles que buscam a verdade, mas duvide daqueles que dizem que a encontraram. (Hannah McKay)