sábado, 13 de junho de 2015

Ayami Kojima, a alma de Castlevania




Tendo como aliados uma franquia e uma empresa de reconhecimento mundial, Ayami Kojima fez seu legado. Ou melhor, faz.

Fora descoberta trabalhando, oficialmente, como secretária e, sob pseudônimos, como desenhista de quadrinhos japoneses (a.k.a. mangaka). Além de auto-didata, Kojima é extremamente reservada, reclusa e autônoma, toda a sua trajetória social e artística até seu envolvimento com a Konami é desconhecida, tanto quanto sua data de nascimento.

Ayami Kojima

Kojima é uma artista tradicional com técnicas tradicionais. Além de pinturas, ela também trabalha com colagens. Suas composições, extremamente detalhadas e texturizadas, fazem uso de tintas acrílicas, pastéis e nanquim. Suas obras variam entre o macabro, o sombrio e o grotesco, sempre com algum aspecto cultural forte como plano de fundo (religião, por exemplo). Faz um uso carregado de símbolos  que, muitas vezes, entra em um viés mais reflexivo e poético, como, por exemplo, o alto número de crânios, sangue, flores, animais e personagens andrógenos presente em suas obras.

Em 1996, Koji Igarashi convidou Ayami Kojima para trabalhar como artista conceitual do jogo Castlevania: Symphony of the Night. Lançado em 1997, foi aclamado pela crítica oriental, principalmente por sua integridade artística envolvendo belíssimos personagens e cenários. O jogo é considerado até hoje como um dos principais jogos da quinta geração. O nome “Ayami Kojima” disparou em todos os sentidos e em todas as direções. Com pouco menos de um ano, não só no Japão, Kojima era discutida e analisada em toda a Europa e EUA. Com sua projeção monumental, a Konami assinou um vínculo com ela que até em 2010 achávamos ser eterno.



Os jogos de Castlevania, de 1986 até 1997, (apesar dos gráficos 2D em uma época que a qualidade de imagem era contada em bits) possuíam um visual extremamente medieval e de caráter renascentista. Com o seu envolvimento com Ayami Kojima, a franquia renasceu com o seu novo jogo, possuindo um gráfico, mesmo sendo 2D, extremamente detalhado e bem produzido, seguindo um contexto artístico que está presente e forte até hoje, em Castlevania: Lords of Shadow e Castlevania: Lords of Shadow 2.

Com a arte românica e gótica, marcada pelo século XII, a arte neogótica, marcada pelo século XVII ao século XVIII, mescladas ao traçado delicado de Kojima com características melancólicas, fúnebres e macabras, foi possível traduzir a enigmática narrativa para o visual de uma forma única, ligando não só o contexto geral de sua ambientação, mas também toda a lúgubre estória dos personagens.

Não só nas artes conceituais, seus ideais artísticos também influenciaram toda a ambientação presente no jogo, seguindo a mesma diretriz contextual proposta pela artista, tanto em cor, quanto em iluminação e cenografia.





Em 2010, Kojima lançou o livro “Santa Lilio Sangre – Akai Yuri – Ayami Kojima Art Works” que possui inúmeros de seus trabalhos como artista conceitual e está a venda na Amazon.


Jogos que possuem envolvimento com Ayami Kojima:

Castlevania: Symphony of the Night (Konami, 1997)

Söldnerschild (Koei, 1998)

Castlevania Chronicles (Konami, 2001)

Castlevania: Harmony of Dissonance (Konami, 2002)

Castlevania: Aria of Sorrow (Konami, 2003)

Castlevania: Lament of Innocence (Konami, 2003)

Castlevania: Curse of Darkness (Konami, 2005)

Castlevania: The Dracula X Chronicles (Konami, 2007)

Samurai Warriors 3 (Koei, 2009)

Castlevania: Harmony of Despair (Konami, 2010)

Dynasty Warriors 7 (Koei, 2011)

Bloodstained: Ritual of the Night (N/A)



Via - Diretores de Arte

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