sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Quem projetou Brasília?

Não, não foi Niemeyer. O projetista do Plano Piloto de Brasília foi o arquiteto e urbanista Lúcio Costa.

Nascido em 1902 na França, filho de almirante, Lúcio Costa viajou o mundo e recebeu uma formação pluralista. Tendo residido no Reino Unido, estudou na Royal Grammar School e depois, na Suíça, estudou no Collège National. Retornou ao Brasil em 1917 e, mais tarde, passou a frequentar o curso de arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes, que ainda aplicava um modelo neoclássico de ensino. Formou-se em 1924.
Apesar de ter usado os moldes neoclássicos no início da carreira, logo rompeu com esse movimento, sendo influenciado diretamente pelo arquiteto franco-suíço Le Corbusier.


Lúcio (à direita) com seu amigo Niemeyer.
Em 1930, por indicação de Rodrigo Melo Franco de Andrade, foi nomeado diretor da Escola Nacional de Belas Artes com a missão de renovar o ensino das artes plásticas e implantar um curso de arquitetura moderna. Dentre seus jovens alunos havia Oscar Niemeyer. Em 1936, numa controvérsia, foi nomeado à projetar a sede do Ministério da Educação e da Saúde Pública. Num primeiro momento era apenas Lúcio quem faria o projeto, mas ele preferiu dividir o projeto com seu amigo e antigo aluno Oscar Niemeyer e seus sócios Carlos Leão, Ernani Vasconcellos, Jorge Moreira e Affonso Eduardo Reidy. Em 1939 foi co-autor do pavilhão brasileiro para a Feira Universal de Nova Iorque juntamente com Niemeyer e Paul Lester Wiener.


Juscelino Kubitschek e Lúcio Costa (à direita).
Em 1957 foi lançado no país um concurso para a nova capital federal, contrariando algumas normas e recebendo críticas de outros participantes, Lúcio enviou uma idéia de anteprojeto, o qual foi vencedor com apenas um voto contra. Desenvolveu o Plano Piloto de Brasília e, como Niemeyer, passou a ser conhecido em todo o mundo como autor de grande parte dos prédios públicos do Brasil.

Após o projeto de Brasília, recebeu convites no Brasil e no exterior para coordenar vários planos urbanísticos. Também foi colaborador e diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Em 1998 faleceu na capital do Rio de Janeiro, onde passou a maior parte da vida, aos 96 anos de idade. Deixou duas filhas, Maria Elisa e Helena.

Nenhum comentário:

Postar um comentário