sábado, 12 de setembro de 2015

A História da Cerveja - A Era Moderna

Durante o século XVII, apareceram muitos tipos diferentes de cervejas, sendo que cada variedade era definida pelos diversos ingredientes que se utilizavam, bem como pela qualidade da água presente na sua elaboração. Cada aldeia, vila e cidade tinha a sua própria produção já que, como referimos na Era Medieval, não existiam formas de preservar as propriedades naturais da cerveja. Esta situação de grande pujança da indústria cervejeira viria a sofrer um forte revés no final do século XVIII, com a Revolução Francesa. Para além do fato da revolução ter levado ao encerramento das guildas de produtores, acarretou também a destruição e desaparecimento de muitos mosteiros e abadias e, com isso, a quase extinção dos centros produtores de cerveja de qualidade. Todavia, com a ascensão de Napoleão ao poder , assistiu-se a uma ligeira retoma na fabricação de cerveja, apesar de muitos dos monges e abades que outrora eram os principais investigadores e produtores, nunca mais terem voltado à sua antiga atividade.

Outro fato de grande destaque foi a invenção da máquina a vapor por James Watt, em 1765, o que permitiu a industrialização e racionalização da produção cervejeira. As primeiras cervejeiras que utilizaram máquinas a vapor chamavam-se a si mesmas Steam Beer Breweries, sendo que ainda hoje subsistem fábricas com esta designação. Mas muitas outras inovações permitiram o aperfeiçoamento da técnica de fabricação.


Em 1830, Gabriel Sedlmayr e Anton Dreher desenvolveram o método de produção que daria origem às lagers, sendo que 12 anos depois seria elaborada a primeira Pilsner na Boêmia. Este gênero de cerveja teve tanto sucesso que rapidamente se espalhou por todo o lado, com especial destaque para o Novo Mundo, onde os colonos provenientes da Alemanha deram origem a muitas cervejeiras famosas: Miller, Coors, Stroh, Schlitz, Anheuser-Busch, entre outras. Como curiosidade, refira-se que grande parte das cervejas que atualmente se consomem no mundo são do estilo lager, sendo que Portugal não é exceção à regra, antes pelo contrário.


Tal como já referimos, outra invenção cujas repercussões tiveram grande impacto no fabrico da cerveja foi a descoberta da refrigeração artificial (Teoria de Geração de Frio Artificial), avanço possível devido aos estudos de Carl Linde. As primeiras tentativas foram efetuadas em Munique, local também de grande produção cervejeira, o que fez com que a cerveja fosse dos primeiros produtos a beneficiar desta evolução. Para além disso, o desenvolvimento dos caminhos-de-ferro possibilitou uma cada vez maior expansão do comércio deste produto. Por curiosidade, diga-se que aquando da abertura da primeira linha de comboios na Alemanha, entre Nuremberga e Furth, os primeiros bens a serem transportados foram dois barris de cerveja. Enquanto isso, nos EUA, o uso do caminho-de-ferro possibilitou a expansão de uma marca bem conhecida: a Budweiser. Durante a década de 1870, esta marca tornou-se verdadeiramente nacional, devido aos esforços do seu dono, Adolphus Busch.


1876 seria outro ano de grande importância, não só para a indústria cervejeira, como também para o próprio Homem. Os estudos de Louis Pasteur sobre o fermento e os micro-organismos possibilitaram o início da preservação dos alimentos devido ao método da pasteurização. Tal descoberta deu um forte ímpeto às cervejeiras, para além de ter possibilitado a preservação de cerveja de um modo mais eficiente. Até à descoberta de Pasteur, a fermentação do mosto era natural o que, normalmente, trazia prejuízos aos fabricantes. O notável cientista francês convenceu os produtores a utilizarem culturas selecionadas de leveduras para fermentação do mosto, para manter uma padronização na qualidade da cerveja e impedir a formação de fermentação acética. Pasteur descobriu que eram os micro-organismos os responsáveis pela deterioração do mosto e que poderiam estar no ar, na água e nos aparelhos, sendo estranhos ao processo. Graças a esse princípio fundamental, limpeza e higiene tornaram-se nos mais altos mandamentos da cervejaria. Para além do mais, o estudo dos diferentes fermentos fez com que aparecessem novos tipos de cerveja, com novos aspectos e sabores. Tais desenvolvimentos levaram à expansão do consumo, sendo que em 1880 existiam cerca de 2300 marcas independentes de cerveja nos EUA, enquanto que na Bélgica, por volta do ano 1900, estavam registadas 3223 cervejeiras, incluindo a Wielemen's Brewery in Forest (área de Bruxelas), que era considerada a maior e mais moderna da Europa. Do lado de lá do Atlântico, a Pabst estava a vender mais de um milhão de barris por ano.

Igualmente importante foi o trabalho de Emil Christian Hansen. Este, aproveitando o desenvolvimento do microscópio, descobriu a existência de células de levedura de baixa fermentação, pois antes eram somente conhecidas leveduras de alta fermentação. Ele isolou a célula, que foi multiplicada sob cultura pura. Como a levedura influencia fundamentalmente o sabor, esta descoberta permitiu a constância do sabor e qualidade.

No início do século XX e durante a 1ª Guerra Mundial, houve uma diminuição significativa no número de indústrias produtoras de cerveja. Como exemplo, refira-se que em 1920 havia apenas 2013 fábricas nos EUA. Tal situação deveu-se ao aumento da competição, o que proporcionou fusões e aquisições e, para além disso, o início da 1ª Guerra levou à escassez de matérias-primas e mão-de-obra, o que fez com que muitos industriais apostassem na mecanização das suas empresas.


Para agravar esta situação, a Proibição e a Grande Depressão limitaram o consumo desta bebida, provocando a falência de inúmeras fábricas. A luz ao fundo do túnel para as cervejeiras só viria a acontecer com o fim da Proibição em 1933. No entanto, apenas 160 indústrias tinham sobrevivido nos EUA a este difícil período. Pior que tudo: essa época de crescimento viria a ser abruptamente interrompida com o início da 2ª Guerra Mundial.

Passado mais este período muito difícil, assistiu-se a um aumento gradual na produção e consumo de cerveja, sendo que a Budweiser foi a primeira marca a ultrapassar os 10 milhões de barris por ano, isto já em 1966. As fusões e concentrações continuaram a aumentar e, por exemplo, a situação atual nos EUA é exemplar: 90% do mercado é controlado por 5 empresas:


a) Anheuser-Busch, 44.5%;
b) Miller Brewing, 21.8%;
c) Coors, 10.4%;
d) Stroh, 7.4%;
e) G. Heileman, 5.3%.

Hoje em dia, a indústria cervejeira pode ser caracterizada por duas grandes tendências: a primeira, é representada pelas grandes fusões entre gigantes cervejeiros, que criam empresas cada vez maiores, com vendas impressionantes mas, em geral, com produtos de baixa qualidade; a segunda, é representada por pequenas e médias empresas que desenvolvem produtos de grande qualidade, para apreciadores e baseadas nas tradições dos locais onde se encontram implantadas. O melhor exemplo desta situação encontra-se na Bélgica, onde existe mais de uma centena de pequenas empresas cervejeiras, que desenvolvem largas dezenas de produtos com características bem diferentes entre si. Independentemente desta aparente divisão, o que se pode esperar nos próximos anos é o contínuo crescimento das vendas e o aparecimento de produtos cada vez mais sofisticados e surpreendentes. De fato, a cerveja veio para ficar por muitos e bons anos e ainda bem que assim é!


Via - Cervejas do Mundo

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

São sete horas da manhã...


Vejo Cristo da janela
O sol já apagou sua luz
E o povo lá embaixo espera
Nas filas dos pontos de ônibus
Procurando aonde ir
São todos seus cicerones
Correm pra não desistir
Dos seus salários de fome
É a esperança que eles tem
Neste filme como extras
Todos querem se dar bem

Num trem pras estrelas
Depois dos navios negreiros
Outras correntezas

Estranho o teu Cristo, Rio
Que olha tão longe, além
Com os braços sempre abertos
Mas sem proteger ninguém
Eu vou forrar as paredes
Do meu quarto de miséria
Com manchetes de jornal
Pra ver que não é nada sério
Eu vou dar o meu desprezo
Pra você que me ensinou
Que a tristeza é uma maneira
Da gente se salvar depois

Panelaterapia: Massa para Salgados Assados


Esqueçam aquele meu post sobre a massa do Pastel Chinês!
Não. O meu amor por ele não acabou. É aquela massa que é muito ruim! Tá certo, ela não é ruim. Apenas não serve para fazer o meu querido pastel chinês! Testei em casa e não ficou boa de jeito nem um! Funcionou muito bem para fazer aqueles pastéis-de-vento que normalmente se vendem em feiras.


Essa massa ensinada no canal do Panelaterapia é perfeita! Serve para fazer pastéis assados, esfihas e, acreditem se quiser, PIZZAS! Essa massa é DI-VI-NA! Funciona mesmo! Só não sei se serve para fritar, ainda não testamos aqui em casa.

Bon appetit! 

Thelícias de Skyrim

Skyrim é o melhor jogo de RPG os últimos tempos, sem sombras de dúvidas. O mundo aberto é cheio de possibilidades e, além de quests contra bandidos e dragões, existem as comidas aparentemente deliciosas. Uma usuária do Instructables chamada Rachael Whitaker decidiu fazer alguns doces que aparecem no jogo e olha, ficaram iguaizinhos.




Honey Nut Treat

Um pouco de fibra e proteína para o Dragonborn aventureiro! No jogo é possível fazer algumas receitas com os ingredientes disponíveis, mas o Honey Nut Treat não dá para criar, então a Rachael fez uma combinação simples de nozes e mel. Vou colocar a receita aqui porque é bem simples, as outras mais elaboradas estarão com o link direto para clicar!

Ingredientes
1 xícara de aveia em flocos
Meia xícara de manteiga de amendoim
Meia xícara de nozes picadas grosseiramente (você pode usar a castanha que quiser)
Meia xícara de mel
1 colher de extrato de baunilha
2 ovos
Meia xícara de farinha de trigo

Modo de Preparo
Pré-aqueça o forno a 170°
Misture a aveia e nozes.
Adicione os ingredientes molhados aos secos e misture bem. Vá colocando a farinha aos poucos, até que a massa fique pegajosa nos dedos. Se precisar, adicione mais farinha. É importante que a massa fique fácil de enrolar. Faça pequenas bolas e coloque em uma assadeira. Leve ao forno por cerca de 10-20 minutos, ou até que comece a dourar. Você pode adicionar mais mel, ou gotas de chocolate, coco etc.




Boiled Creme Treat

Essa receita também não está disponível no jogo, então com o santo nórdico baixado, é hora de inventar! Como é bem mais elaborado que o Honey Nut Treat, eu vou colocar as fotos da receita e se você quiser fazer, basta clicar aqui para ver a quantidade dos ingredientes e como preparar. Se você não sabe inglês, Google Tradutor é broder.




Sweets Rolls

No jogo eu sempre tinha um Sweet Roll na bagagem porque meu instinto materno me fez adotar duas crianças e eles sempre ficavam felizes com as guloseimas vindas de Solitude. Esse doce tem a receita disponível, então com os ingredientes certos é possível fazer em uma das cozinhas do jogo! Se você for fazer na vida real, tome cuidado com a quantidade de açúcar, porque aparentemente eles levaram a sério o SWEET do nome.

Para ver a quantidade de ingredientes e o passo a passo explicado, clique aqui.




Sopa de Tomate

Essa receita também é possível fazer no jogo e não tem muito segredo no preparo!

Ingredientes
2 Alho-poró grandes
2 xícaras de caldo de legumes
1 lata de molho de tomate (ou extrato)
O quanto bastar de alho
¼ de colher de chá de sal sal
Manjericão
Pimenta preta

Modo de preparo
Corte os talos e folhas do alho poró. Corte-os assim como está descrito na foto. Derreta a manteiga na panela (2 colheres) e acrescente o alho poró. Refogue por 15 minutos e então acrescente o manjericão e o alho. Cozinhe por mais 4 minutos. Coloque o caldo de legumes e o molho de tomate. Tempere a gosto e cozinhe por mais 15 minutos.




Via - O Verso do Inverso

DESEJO



"Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar ".

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

A História da Cerveja - A Era Medieval

Na Idade Média, a produção e consumo de cerveja tiveram um grande impulso, muito por causa da influência dos mosteiros, locais onde este produto era não só tecnicamente melhorado, como também produzido e vendido. Naquela altura, os mosteiros seriam algo semelhantes a um hotel para viajantes, oferecendo abrigo, comida e bebida a peregrinos e não só. E para além dos monges, a História relata-nos também o envolvimento de santos em milagres e outros acontecimentos em que a cerveja vem mencionada!


Tomemos como exemplo o caso de S. Mungo, o padroeiro da mais velha cidade da Escócia, Glasgow. Foi nessa cidade que, por volta de 540 d.C., S. Mungo estabeleceu uma ordem religiosa, cuja principal actividade seria a produção de cerveja, sendo que esta arte é ainda hoje considerada como a mais antiga indústria da cidade. Outro exemplo será o de Santa Brígida que miraculosamente transformou a água do seu banho em cerveja, para que os seus visitantes clericais tivessem algo para beber. Para se ver a importância que a igreja tinha para a indústria da cerveja nessa época, basta referir que existiam três santos padroeiros, protetores da cerveja e dos cervejeiros: Santo Agostinho de Hippo, São Nicolau e São Lucas, o Evangelista.

Também neste período se manteve o hábito de produzir cerveja em casa, sendo que essa tarefa continuava maioritariamente entregue às mulheres. Sendo elas as cozinheiras, tinham igualmente a responsabilidade da produção de cerveja, que era vista como uma “comida-líquida”. Em certas zonas, a cerveja chegou mesmo a ser mais popular do que a água já que, como é sabido, a Idade Média era uma época onde as práticas sanitárias eram muito más, pelo que se tornava mais seguro beber cerveja do que água. De fato, o processo de fabrico fazia com que muitas das impurezas fossem filtradas pelo que quem pudesse fazer a troca de água por cerveja raramente hesitava.




No norte britânico, a cerveja (ale) era fabricada em casa, pelas mulheres, para auto-consumo, ou vendidas nas alehouses - matrizes do pub moderno -, nas tabernas e estalagens. Sujeita aos imperativos naturais, a cerveja era produzida entre Setembro e Abril, os meses frios. À medida que a sua importância cresceu, a produção e venda foi sendo alvo de vários regulamentos, chegando mesmo a ser criada a figura do ale-conner, o fiscal que testava e sancionava a qualidade da cerveja. Em 1188, Henrique II lançava um imposto sobre a cerveja destinado à subvenção das Cruzadas.

Nos mosteiros, as técnicas de fabricação iam sendo desenvolvidas, em busca de uma cerveja mais agradável ao palato e mais nutritiva. A importância da qualidade alimentar da cerveja era algo de relevante para os monges, dado que era um produto que os ajudava a passar os difíceis dias de jejum. Esses períodos caracterizavam-se pela abstinência dos monges em termos de comida sólida, mas nada os impedia de ingerir líquidos. Há relatos de monges que foram autorizados a beber até 5 litros de cerveja por dia. Isso só os incentivou a produzir mais e melhor cerveja, chegando ao ponto de se criarem pequenas tabernas nos mosteiros onde era cobrada uma pequena taxa para que as pessoas pudessem experimentar a cerveja de alta qualidade que ali se produzia. Em termos técnicos, os monges deram uma maior importância ao uso do lúpulo, substância que tornava as cervejas mais frescas devido ao seu amargor natural e que, por outro lado, as ajudava a conservar. Ao dosearem a quantidade de malte e lúpulo, passaram a produzir uma cerveja com pouco álcool para consumo diário e uma cerveja mais pesada e alcoólica para ocasiões festivas. Uma contribuição fundamental da produção cervejeira monástica foi o emprego de algumas sementes, como o mirto de Brabante e o gruyt (ou gruut) - mistura de ervas aromáticas - que também atuavam como bons conservantes da cerveja. Esta indústria teve tal sucesso que chamou a atenção dos nobres e soberanos, que passaram a cobrar pesadas taxas sobre a venda deste produto. Em certas zonas, chegou-se ao ponto de só ser permitida a produção de cerveja mediante autorização régia, envolvendo isso, claro está, o pagamento de uma determinada quantia. Infelizmente, esta ganância levou ao encerramento de muitas tabernas de abadias e mosteiros, que não conseguiram acompanhar as elevadas taxas que lhes eram impostas. Os conventos mais antigos a iniciarem a produção de cerveja foram os de St. Gallen, na Suíça, e os alemães Weihenstephan e St. Emmeran. Os beneditinos de Weihenstephan foram os primeiros a receber, oficialmente, a autorização profissional para fabricação e venda da cerveja, em 1040 d.C. Com isso, esta é a cervejaria mais antiga do mundo ainda em funcionamento e é hoje conhecida, principalmente, como o Centro de Ensino da Tecnologia de Cervejaria da Universidade Técnica de Munique.

Entretanto, o interesse pela indústria cervejeira fixava-se para além dos muros cenobitas. No século XII, os cervejeiros de ofício suplantavam os monges, fato a que não era estranha a importância dos impostos sobre a produção e comércio. Por sua vez, a Igreja também cedia na exclusividade dos seus privilégios, ao conceder direitos de produção a cervejeiros em várias localidades.



Apesar das muitas limitações, a cerveja continuou a ganhar importância na sociedade medieval, servindo como alimento, forma de pagamento de taxas, moeda de troca, entre outras funções social e economicamente relevantes. Essa importância é facilmente constatável em atos e leis de nobres e reis, que visavam proteger a produção e os rendimentos que daí advinham. Em 1295, o rei Venceslau garantiu à Pilsen Bohemia direitos de produção de um tipo de cerveja, numa área que é hoje ocupada pela República Checa. Em 1489, foi autorizada a criação da primeira associação (guild) de produtores de cerveja - a Brauerei Beck. E, como curiosidade, refira-se que quando Cristóvão Colombo chegou às Américas, descobriu que os nativos já produziam uma bebida muito semelhante à cerveja, feita a partir de milho. Todavia, seriam os ingleses que, em 1548, introduziriam a verdadeira cerveja nesse continente.

Até praticamente ao fim da Idade Média, a cerveja europeia dividia-se pelo emprego de distintos aromatizantes, plantas silvestres, como o mirto generalizado na região escandinava mas proibido na Inglaterra, ou o gruyt (um composto de ervas aromáticas) utilizado noutras regiões do norte da Europa. O lúpulo (humulus lupulus), conhecido sobretudo na Europa central, viria a destacar-se como aromatizante de superior qualidade e pelas notáveis propriedades anti-sépticas. No século VIII, o lúpulo dá sinais de existência na Boêmia e na região de Hallertau, na Baviera alemã (atuais grandes regiões produtoras). Em 768, Pepino-o- Breve concede plantações de lúpulo à abadia parisiense de Saint-Denis. Já em 1364, Carlos IV, imperador da Alemanha, promulga o Novus Modus Fermentandi Cervisiam, que estabelecia o novo modo legal de brassagem, com recurso ao lúpulo. Esta disposição evidencia, por um lado, a diversidade política e econômica que pendia sobre a produção cervejeira: o ducado de Brabante, dependente do império alemão, adota o lúpulo; a Flandres, dependente da coroa francesa, mantém-se na órbita dos direitos sobre o gruyt; em Inglaterra, a típica ale é, ainda então, a cerveja não lupulizada.



1516 é uma data de grande proeminência para a produção de cerveja na Alemanha. As guildas bávaras, tentando precaver os seus interesses, pressionaram as autoridades para a criação de uma lei que defendesse a produção de cerveja de qualidade. De fato, utilizavam-se ingredientes muito estranhos para aromatizar as cervejas como, por exemplo, folhas de pinheiro, cerejas silvestres e ervas variadas. Foi assim que o Duque Wilhelm IV da Baviera criou a Reinheitsgebot - lei da pureza - que tornou ilegal o uso de outros ingredientes no fabrico de cerveja que não fossem água, cevada e lúpulo (é de salientar que nesta época ainda não se conhecia e utilizava conscientemente a levedura). O crescimento das exportações fez com que muitas cidades alemãs ficassem famosas, nomeadamente Bremen, que era um importante entreposto na exportação de cerveja para a Holanda, Inglaterra e Escandinávia, e Hamburgo, que era o principal produtor da Liga Hanseática, sendo que por volta de 1500 existiam aí cerca de 600 produtoras independentes.
A Liga Hanseática chegava a exportar cerveja para locais tão longínquos como a Índia. Braunschweig e Einbeck também eram importantes centros de produção de cerveja. Uma das marcas mais conhecidas da altura e que, por sinal, ainda hoje produz cerveja é a Beck's, criada em 1553. Quanto a Munique, provavelmente a mais conhecida cidade cervejeira da Alemanha, laboravam já as famosas Brauerei Lowenbrau (1383), Spaten-Franziskaner-Brau (1397) e a Hacker-Pschorr Brau (1417).

Por sua vez, a cerveja penetrava, ainda que timidamente, em Espanha. Carlos I, de origem flamenga, coroado rei de Espanha (Carlos V), senhor de um vasto império e grande amante de cerveja, estabelece o fabrico da bebida em 1537, a cargo de um mestre flamengo; quando abdica do trono e se recolhe no mosteiro de Yuste, em 1556, também instala aí o fabrico de cerveja. Em 1542 há já uma fábrica em Sevilha e nas primeiras décadas do século XVII há notícias de mestres cervejeiros ingleses, flamengos e de outras nacionalidades em Madrid. No final da centúria, há duas fábricas na capital castelhana autorizadas por decreto real: a de J. Hamershap e outra de H. Coremann, alemão. Em 1701, a produção cervejeira seria declarada monopólio estatal e, por sua vez, o Estado arrenda o fabrico a particulares, como a família Coremann (Real Fábrica de Cerveza). Em Portugal, há notícias da existência de uma fábrica de cerveja em Lisboa, em 1689; contudo, o futuro imediato desta bebida no país estava comprometido pelos implacáveis interesses vinhateiros.

No Novo Mundo, mais propriamente em Chalco (México), sob o domínio castelhano, a produção de cerveja teve início em 1544. Na Virgínia americana, em 1587, os colonos fabricam cerveja (ale) a partir de milho (o primeiro carregamento de cerveja inglesa só chegará à colônia em 1607); em 1612, abre em Nova Amesterdão (Nova Iorque) a primeira fábrica de cerveja, fundada por Adrian Block e Hans Christiansen; no ano de 1683, William Penn, fundador da Pennsilvânia, ergue uma fábrica cervejeira em Peonshury.

Ao longo dos séculos XVI e seguintes, a exportação de cerveja continuou a ganhar crescente importância, ao passo que novas empresas iam sendo criadas. No entanto, foram necessárias duas invenções para trazerem a produção de cerveja para a Era Moderna: a primeira foi a máquina a vapor, inventada por James Watt e a segunda foi a refrigeração artificial, ideia de Carl von Linde. Nessa altura, estava já cientificamente provado que a produção de boa cerveja dependia da existência de determinadas temperaturas. Dado que essas temperaturas ocorriam essencialmente no Inverno, a invenção de von Linde permitiu que se produzisse e consumisse cerveja ao longo de todo o ano.


Via - Cervejas do Mundo

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Pai recebe cartão de filho falecido depois de 26 anos



A última coisa que o Sr. Duane Schrock esperava ver na sua caixa de correio aos 87 anos era um cartão de dia dos pais de seu filho, Duane Schrock Jr., que, infelizmente, faleceu em 1995, aos 45 anos, de Aids.

Porém, 26 anos depois de escrita e enviada, a carta ainda assim achou o caminho de casa.



O cartão dizia: “Querido papai, não nos falamos faz um bom tempo. Eu estou indo bem e estou muito feliz em Richmond, e gostaria de ouvir notícias suas. Tenha um feliz Dia dos Pais, com amor Duane.”

Os dois não mantinham contato pois o pai não concordava com o “estilo de vida homossexual de seu filho”, como confessou o pai em entrevista ao Mashable.

Apesar do atraso na entrega, Schrock não está zangado com os correios, que aparentemente manteve o cartão em circulação por quase três décadas. Em vez disso, ele está apenas feliz que ela chegou.










Via - Razões Para Acreditar

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Primeiro Raio de Lua


Sonhei.
Acordado? Não sei..
Estou deveras assustado.
Foi tão intenso e real que
pude sentir o seu beijo.
"Quem era? O que aconteceu?
Era tão bela."

Fui interrompido por uma sombra
que entrara pela janela e se 
alongava pela parede.
Olhei para ver o que ou quem era,
e eis que vi apenas um gato
procurando abrigo em uma noite
fria de novembro.

Retomo os meus questionamentos.
"Sua pele era macia, mas tão fria."

Olho para o lado e a vejo sentada na cadeira.
Sem dizer uma única palavra se levanta
e caminha em minha direção.
Atônito, sento na cama e fixo os meus olhos
naquele anjo sem conseguir me mexer.
Sinto medo e excitação.

Com um gesto leve ela me toca o rosto
com a mão, se aproxima lentamente
e me beija os lábios, que não eram frios
como sua pele, mas quentes como a vida.

Sem forças para dizer-lhe uma única palavra,
ela me olha dentro dos olhos,
como se olhasse para a minha alma
e apenas sussurra: "Nunca Mais".
Desperto do meu medo,
e já não está mais comigo, estou só.

Sonhei.
Acordado? Não sei..

Na cadeira vejo algo que parece ser uma pena,
levanto da cama e vou em sua direção.
Seguro-a em minha mão e a examino,
"De certo é de um corvo", concluo.

Percebo um vulto na janela e corro até lá
na esperança de ver o anjo, mas nada vejo,
apenas a grande lua no céu.

Como um sino
suas palavras ecoam na minha mente..

"Nunca mais".

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Pareço um menino


Apenas você tem o dom
De mudar meu destino
É só me tocar com seus olhos
Pareço um menino.
Deitado em seu colo
O mundo não
Me surpreende
Sou homem maduro
Mas na sua frente
Não sou mais
Que um menino.

Você tem a luz
Que ilumina
O nosso caminho,
Depois de você, descobri
Que não sou mais sozinho.
Você é o amor
Que a vida me deu
De presente,
Sou homem maduro,
Mas na sua frente
Pareço um menino.

Você me abraça
E a tristeza vai embora,
A dor que existe
Fica da porta pra fora.
A gente briga
Mas é coisa que acontece,
Logo o coração esquece
Porque a gente se adora.

domingo, 12 de julho de 2015

A Historia da Cerveja - A Antiguidade


Não é tarefa fácil determinar em que período terá sido produzida a primeira cerveja. Acredita-se que essa tarefa seja talvez tão antiga como a própria agricultura. De facto, sabe-se que o Homem conhece o processo de fermentação há mais de 10.000 anos e obtinha nessa época, mesmo em pequenas quantidades, as primeiras bebidas alcoólicas. Especula-se que a cerveja, assim como o vinho, tenha sido descoberta acidentalmente, provavelmente fruto da fermentação não induzida de algum cereal. Afirma-se que a descoberta da cerveja se deu pouco tempo depois do surgimento do pão. Os sumérios e outros povos teriam percebido que a massa do pão, quando molhada, fermentava, ficando ainda melhor. Assim teria aparecido uma espécie primitiva de cerveja, como "pão líquido". Várias vezes repetido e até melhorado, este processo deu origem a um género de cerveja que os sumérios consideravam uma “bebida divina”, a qual era, por vezes, oferecida aos seus deuses.

Diversos estudos arqueológicos realizados na região do Nilo Azul, actual Sudão, comprovaram que, cerca de 7000 a.C., os povos locais produziam uma bebida a partir de sorgo que seria semelhante à nossa cerveja. Análises químicas efectuadas aos depósitos residuais do fundo de um pote recolhido num campo arqueológico neolítico iraniano, datado de 5500 a.C., confirmaram a existência local de bebidas alcoólicas e especificamente de cerveja. Mas a prova arqueológica mais concreta que temos relativamente à produção de cerveja é proveniente da Mesopotâmia, mais propriamente da Suméria. Tratam-se de inscrições feitas numa pedra, relativas a um cereal que se utilizava em algo similar à produção de cerveja. Também desta civilização foi encontrada uma placa de barro (selo), recolhida em Tepe Gawra e datada de cerca de 4000 a.C., onde se vêm duas figuras que bebem possivelmente cerveja de um pote, utilizando para isso longas palhas, tradicionalmente usadas para aspirar a bebida e evitar a ingestão dos resíduos de cereal. Aliás, o Hino a Ninkasi (c. de 1900-1800 a.C.), a deusa da cerveja dos Sumérios é, na realidade, uma receita de cerveja. Refira-se, por curiosidade, que Ninkasi significa algo como "senhora que enche a boca". A nomeação mais corrente da cerveja suméria é sikaru, feita a partir da fermentação de grãos de cereal.



Em geral, a cerveja era feita por padeiros devido à natureza das matéria-primas utilizadas: grãos de cereais e leveduras. Ou melhor, para sermos mais correctos, essa actividade era executada por padeiras. De facto, a produção de cerveja era uma actividade caseira, a cargo das mulheres, que também estavam encarregadas de fazer o pão. Os textos sumérios revelam-nos também a existência de tabernas, geridas por mulheres, locais de divertimento sobretudo masculino, em que se comia e bebia em convívio. A mais célebre das taberneiras foi Siduri, referida na Epopeia de Gilgamesh. Para produzirem a cerveja, deixavam a cevada de molho até germinar e, então, era moída grosseiramente e moldada em bolos aos quais se adicionava a levedura. Os bolos, após parcialmente assados e desfeitos, eram colocados em jarras com água e deixados a fermentar. Esta cerveja rústica ainda é fabricada no Egito com o nome de Bouza. O lúpulo, assim como outras ervas aromáticas, tais como zimbro, hortelã e losna, podiam ser adicionados à cerveja para corrigir as diferenças observadas no sabor.

Já no segundo milénio antes de Cristo e enquanto se assistia à queda do império sumério, surgia uma nova civilização na Mesopotâmia, descendente da civilização suméria mas mais avançada cultural e tecnologicamente, e que em muito contribuiu para o avanço no processo de fabricação de cerveja: os Babilônios. Documentos dessa altura indicam-nos que a produção de cerveja era uma profissão altamente respeitada, levada a cabo essencialmente por mulheres. A cerveja continuava a ser mais popular do que o vinho, também já conhecido por aquelas paragens, embora a vinha se reservasse, pelas condições naturais, às regiões montanhosas do Sul da Anatólia e do Cáucaso.

No período babilónico, contavam-se cerca de duas dezenas de diferentes tipos de cerveja, com base em diferentes combinações de plantas aromáticas e no maior ou menor emprego de mel, cevada ou trigo. O Código de Hammurabi, o sexto rei da Babilônia, introduziu várias regras relacionadas com a cerveja no seu grande código de leis. Entre essas leis encontrava-se uma que estabelecia uma ração diária de cerveja, ração essa que dependia do estatuto social de cada indivíduo. Por exemplo, um trabalhador normal receberia 2 litros por dia, um funcionário público 3 litros, enquanto que os administradores e sacerdotes receberiam 5 litros por dia. Outra lei tinha como objectivo proteger os consumidores da cerveja de má qualidade. Ficou assim definido que o castigo a aplicar por se servir má cerveja seria a morte por afogamento!  Pelo Código, certas sacerdotisas estavam proibidas de entrar nas tabernas por razões de pureza ritual; por outro lado, estes estabelecimentos preenchiam uma função social para além do fornecimento de comida e bebida (não apenas cerveja mas também álcool de tâmaras fermentadas), pois eram, como já se referiu, locais de reunião e lazer.



Quase todas as cervejas dos babilônios seriam opacas e produzidas sem filtragem. Tal facto, como já vimos, fazia com que bebessem a cerveja através de um predecessor da actual palhinha (no caso dos reis essa palhinha seria de ouro…), o que evitava que ingerissem o resíduo que se acumulava no fundo e que seria bastante amargo. No entanto, essa situação não impedia que a cerveja aí produzida fosse bastante conceituada, chegando os babilônios a exportar grandes quantidades para o Egito.

Tal como os Babilônios, os Egípcios produziam cerveja desde tempos ancestrais, sendo que esta fazia parte da dieta diária de nobres e fellahs (camponeses). Para além de bem alimentar, servia também como remédio para certas doenças. Um documento médico, datado de 1600 a.C. e descoberto nas escavações de um túmulo, descreve cerca de 700 prescrições médicas, das quais 100 contêm a palavra cerveja. A sua importância é também visível nos aspectos religiosos da cultura egípcia. Nos túmulos dos seus antepassados, para além dos artefactos habituais como incenso, jóias e comida, era também habitual encontrar provisões de cerveja. E em casos de calamidade ou desastre natural, era frequente a oferta de grandes quantidades de cerveja aos sacerdotes de forma a apaziguar a ira dos deuses.



A extrema relevância da cerveja para os egípcios reflectia-se não só na existência de um alto funcionário encarregado de controlar e manter a qualidade da cerveja produzida, como também na criação de hieróglifos extra que descrevessem produtos e actividades relacionadas com a cerveja. Curiosamente, existem alguns povos que vivem ao longo do Nilo que ainda hoje fabricam cerveja num estilo muito próximo ao da era faraónica. O povo egípcio tinha uma forte apetência pelo henket ou zythum, verdadeia bebida nacional, preferida por todas as camadas sociais. Ramsés III (1184-1153 a.C.), muitas vezes designado por "faraó-cervejeiro", doou aos sacerdotes do Templo de Amón 466.308 ânforas (cerca de 1.000.000 litros) de cerveja proveniente das suas cervejarias.

Deve-se ao médico Zózimo de Panópolis uma descrição da antiga técnica de brassagem (semelhante para a Mesopotâmia e Antigo Egito): germinação e maltagem rudimentar do cereal que, depois de seco, era moído e transformado numa massa, por sua vez endurecida; moldava-se então a massa em pequenos pães, que eram aquecidos em seguida mas não em demasia para que restasse alguma humidade no seu interior; depois de arrefecidos, colocavam-se, em pedaços, num recipiente com água açucarada; juntava-se, como no pão, um pedaço da massa (fermento) do fabrico anterior; terminada a fermentação, o líquido era metido numa cuba com água e posteriormente filtrado; o líquido final era guardado em ânforas num lugar fresco.

Longe desta área geográfica, a China desde cedo desenvolveu técnicas de preparação de bebidas do tipo da cerveja, obtidas a partir de grãos de cereais. A "Samshu", fabricada a partir dos grãos de arroz e a "Kin" já eram produzidas cerca de 2300 a.C. As técnicas utilizadas eram algo diferentes das dos povos mesopotâmicos e egípcios. De facto, o desenvolvimento da cerveja até à forma pela qual hoje a conhecemos, deve-se mais a estes dois últimos do que à civilização chinesa. Foram mesmo os egípcios que ensinaram os gregos a produzir cerveja. Já no Japão, subsiste o milenar Sakê, uma cerveja de arroz, frequentemente confundida no Ocidente com uma bebida destilada. Bebe-se quente ou fria, de acordo com o gosto e o contexto.

Apesar de ser considerada menos importante que o vinho, a cerveja evoluiu durante o período grego e romano. Atente-se nos escritos de Sófocles (450 a.C.) relativamente a recomendações sobre o consumo de cerveja, incluindo esta numa dieta que considerava equilibrada. Outros autores gregos como Heródoto e Xenofontes também mencionaram o acto de beber cerveja nos seus escritos.


Assim como o tinham aprendido com os egípcios, os gregos ensinaram a arte de produzir cerveja aos romanos. Todavia, em 500 a.C. e no período subsequente, gregos e romanos deram preferência ao vinho, a bebida dos deuses, tutelada por Baco. A cerveja passou então a ser a bebida das classes menos favorecidas, muito apreciada em regiões sob domínio romano, principalmente pelos germanos e gauleses. Muitos romanos consideravam a bebida desprezível e típica de povos bárbaros. Tácito, na sua descrição dos germanos, referiu-se a uma bebida "horrível", fermentada de cevada ou trigo. Foi nessa época que as palavras cervisia ou cerevisia passaram a ser utilizadas pelos romanos, em homenagem a Ceres, deusa da agricultura e da fertilidade. Plínio foi um dos autores clássicos que escreveu sobre o assunto, descrevendo a evolução do processo de fabrico da cerveja e os hábitos dos povos celtas e germânicos da Bretanha e Europa Central.

Na Gália (conquistada totalmente no ano 52 a.C.), tradicionalmente consumidora de cerveja, a influência do vinho romano atingiu sobretudo as elites. De acordo com Possidónio, "a bebida consumida nas casas ricas é vinho trazido de Itália (...). Porém, entre os habitantes mais necessitados, é bebida uma cerveja feita de trigo, à qual é acrescentado mel; a massa do povo bebe-a sem mistura. Chamam-lhe corma." Contudo, os gauleses passaram de importadores a produtores de vinhos de novas qualidades e muito apreciados em Roma; em 91 d. C., o imperador Domiciano chegou a ordenar a destruição de metade das vinhas gaulesas para proteger a produção romana.

O vinho das legiões romanas não se impôs aos povos que ficaram fora do Império. A cerveja permaneceu a bebida eleita nas regiões nórdicas facto confirmado pelas lendas e mitologias locais. Na saga poética finlandesa Kalevala, contam-se 400 versos dedicados à cerveja; no Edda, outro relato épico nórdico, o vinho é apresentado como a bebida dos deuses, a cerveja reservada aos mortais e o hidromel próprio dos habitantes do reino dos mortos. Já no leste europeu, confinante com as estepes asiáticas, de terras ácidas, providas de centeio e aveia, o kvass, tipo de cerveja ligeiramente alcoólica, obtida pela fermentação daqueles cereais, ancorou-se nos hábitos dos camponeses eslavos. A tradição do kvass familiar e campesino mantém-se ainda hoje um pouco por toda a Rússia e países ex-soviéticos. A braga é outro tipo de cerveja aparentada ao kvass e com muitas tradições no leste europeu.



Findo o Império Romano, após o século V, estavam estabelecidas as geografias da cerveja e da vinha. A produção de cerveja, doméstica e frequentemente a cargo de mulheres - embora fosse, sobretudo, para consumo masculino -, obedecia aos condicionantes naturais que marcavam a economia agrícola e daí o seu carácter sazonal. Durante muito tempo, a cerveja seria, ainda, de difícil conservação, ao contrário do vinho que, se guardado em boas condições, podia até melhorar com a idade. O vinho, que se tornara a bebida consagrada na liturgia católica, afirmara-se sobretudo nas regiões do sul da Europa e entrava selectivamente nas mesas mais abastadas do norte europeu, onde a cerveja permanecia a bebida dos pobres, se bem que não deixasse de ser apreciada por todas as classes.


Via - Cervejas do Mundo

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Sebo: A Importância do Ato de Ler


Adoro ler. Desde muito jovem já lia quadrinhos do Homem-Aranha e Turma da Mônica. Acho as histórias em quadrinhos muito importante para estimular o hábito da leitura em crianças e jovens. Hoje já não leio tantos quadrinhos, meu interesse se voltou para os livros. Descobri que os livros são tão fascinantes quanto os quadrinhos que lia, ou até mais.

Comecei comprando livros nas livrarias do shopping, mas logo descobri o Submarino e seus preços maravilhosos, desde então só comprava pela internet. Os livros sempre chegaram em perfeito estado e num prazo super rápido. Teve uma vez que o livro que comprei chegou todo rasgado, entrei em contato com o site e a troca foi realizada com sucesso, pode comprar no Submarino, é seguro.
Existe uma experiência, pra mim, mais prazerosa do que ler livros, comprá-los! Hoje, graças às promoções do site, meu lado consumista se revelou e tenho mais livros do que consigo ler. Não se preocupe, minha esposa e eu já estamos nos tratando dessa febre do Submarino, ou tentando.
Mas, recentemente, descobrimos o prazer de ter livros usados. Sim, livros de sebo. Aquele mesmo sebo onde comprava os meus quadrinhos, hoje me vende os livros.


Banca do Zenor (Centro de Vitória)
Ir ao sebo é uma experiência totalmente diferente de ir a uma livraria. A primeira diferença são os livros, logicamente. Os livros da livraria são novíssimos, normalmente sem arranhões nas capas ou amassados, e o cheiro de tinta é evidente, mas é só. Os livros do sebo são únicos, cada um deles conta uma história, e não estou falando do conteúdo. Eles tem amassados, muitas vezes anotações, passagens favoritas sublinhadas, marca páginas há muito esquecidos pelo antigo dono marcando o próximo capítulo que seria lido, dedicatórias de amor, bilhetes... São livros que tem história, que tem vida, que já foram amados e estão lá para amarem e serem amados de novo! Essa é a real diferença entre um livro de sebo e o de uma livraria do shopping. Existe uma outra pequena diferença também, o preço.

No sebo os preços são muito mais acessíveis que na livraria. Livros de 70 reais, já encontrei por 25 reais, livros de 40 reais por 20 reais, livros de 20 reais por 8 reais. E muitos sebos, senão todos, trabalham com algum sistema de trocas, um livro por outro, ou dois livros por um, depende do sebo. Caso você queria trocar algum livro que já leu e não gostou, ou simplesmente queira reformular sua coleção é bem interessante esse sistema.

Existe um filme com o Anthony Hopkins chamado: "Nunca te vi, sempre te amei", que mostra a amizade de um senhor inglês que trabalha num sebo e uma norte-americana apaixonada por livros. É um ótimo filme, vale apena.

Existem também sebos online! Sim, existem! No Facebook por exemplo, tem páginas só dedicadas a troca e venda de livros usados, muito bacana. O sebo viabiliza um consumo sustentável e muito mais saudável. Pra quem, como nós, ama os livros, ir ao sebo é sagrado, é uma experiência divina. Caso ainda não tenha ido, visite, não irá se arrepender.


Livros da Leia.me

Aqui em Vitória existem alguns sebos espalhados pela cidade. O que eu frequento desde criança e recomendo é a Banca do Zenor. Lá existe o sistema de trocas de um livro por outro. É ótimo. Ela fica localizada na Avenida Princesa Isabel, atrás da agência dos Correios, em frente ao Porto.

No Facebook, eu recomendo a página Leia.me, do amigo natalense Thiago Rafael.
Eles sempre têm ótimos livros com preços maravilhosos! Um livro que vi na Saraiva por 70 reais estavam vendendo por 25 reais! Minha esposa me presenteou com cinco livros do Paulo Coelho, foi 8 reais cada, lindíssimos! Acredito que eles façam entregas pelos Correios. Corre porque os livros vendem muito rápido!


Leia.me no Facebook - Leia.me

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Marvel's Maddogs


Josh Lynch, um artista norte-americano, repensou alguns dos mais icônicos heróis e vilões da Marvel como cães! 

Confira algumas das imagens.















terça-feira, 7 de julho de 2015

The Last Internationale - Wanted Man


Quadrinhos via streaming

Imagens meramente ilustrativas

Depois do mercado oferecer streaming de vídeo, música e jogos, cearenses criaram um serviço similar para as histórias em quadrinhos (HQs).

Com previsão de lançamento para novembro, a plataforma de leitura de quadrinhos digitais Cosmic pretende oferecer um rico acervo de HQs que poderá ser acessado via computador, tablet ou celular por uma mensalidade módica de R$15,90.

Antes disso, em julho, o aplicativo será liberado de forma gratuita para que o internauta possa ler todos os arquivos de HQs já baixados no computador, devidamente organizados em uma biblioteca pessoal. Essa versão irá funcionar inicialmente em equipamentos com Windows e MAC.

Os idealizadores do Cosmic, George Pedrosa e Ramon Cavalcante, desejam, por meio do sistema de acesso digital, cortar os custos de impressão e distribuição que consomem boa parte da renda dos artistas brasileiros.

“O impresso serviu de base para os quadrinhos se desenvolverem, mas queremos explorar outras possibilidades dessa linguagem. Vamos criar um suporte que abrigue os quadrinhos no digital, entenda suas necessidades e entregue as obras ao leitor com muita comodidade”, afirma Ramon Cavalcante, criador das webcomics Até o Fim do Mundo e Barafunda e um dos idealizadores da plataforma.


Novembro

De acordo com George, parcerias estão sendo fechadas com grandes empresas nacionais e internacionais da área para que na ocasião do lançamento integral do serviço, previsto para novembro, dezenas ou até centenas de títulos já estejam disponíveis.

O leitor de quadrinhos do Cosmic será disponibilizado gratuitamente no site. No mesmo site, autores e editoras interessadas em participar da plataforma podem se cadastrar.




Via - Tribuna do Ceará

Amém?


A força de Catto



Dono de uma voz inconfundível, Filipe Catto arrebata um público cada vez maior. Desde 2011 quando lançou seu primeiro disco, Fôlego, Filipe não parou mais, canta do Norte ao Sul do país, inclusive fora dele também. Recentemente realizou shows em Portugal ao lado da cantora cubana Yusa e também se apresentou na Argentina. Onde quer que vá, Filipe Catto é unanimidade!

Suas canções são únicas, ganham vida em cada nota. Suas letras, em maioria, revelam coisas da alma e coração de todos nós. Com as protagonistas não têm clichê, são mulheres fortes, donas de si, que resolvem a situação, que não ficam paradas atrás de um macho. Filipe dá voz às mulheres.

No último dia 28, encerrou em Curitiba a turnê do seu DVD Entre Cabelos Olhos e Furacões, segundo o próprio artista em sua Fanpage este foi o encerramento de um ciclo e o início de um novo. Filipe agora se prepara para a gravação de seu novo disco, o qual deve render mais uma turnê incrível e projetos maravilhosos pelo mundo afora.



Simpático ao extremo, humilde, um sorriso encantador e possuidor de uma alma ímpar, Filipe se faz uma das poucas exceções de artistas que reverenciam seu público. Por exemplo, depois de um show que realizou em Natal, ao lado da Diva Cida Moreira, recebeu todos os fãs, que assim desejaram, para uma foto e um abraço no camarim. E sempre que possível responde aos fãs em sua página no Facebook administrada por ele mesmo.

Filipe é a cara, a voz e alma da nova geração de artistas brasileiros, menos "estrela" e mais humano. Todo sucesso do mundo à ele, Filipe Catto!